sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Todos somos quebrados

Boa noite pessoal, hoje eu irei fazer uma postagem sobre um devaneio filosófico que eu tive esses dias. Bem, eu estava tomando umas cervejas com um amigo meu e esse amigo falou de uma experiência que ele teve juntamente com um estudante do curso de filosofia da UFRN, e - como quase tudo esses dias - isso me fez pensar e refletir. Mas do que se tratava a história? Irei transformar o que ele me passou em um conto e irei comentar algumas coisas sobre ele, mãos a obra!

"Mundo quebrado"
Daqui a algumas centenas de anos o mundo mudará. Uma centenas de novas armas irão mudar os rumos das guerras, com o passar do tempo a tecnologia irá propiciar o desenvolvimento de armas que destroem os sentidos dos homens. Era a guerra perfeita, sem a destruição de cidades e com um número de baixas mínimas. O mundo vivia um período de guerras intensas, mas sem mortes nem destruição. Contudo, com o passar do tempo o número de "deficientes" físicos começou a aumentar - as guerras não tinham fim - e a cada dia mais e mais pessoas ficavam incapacitadas, até o fim inevitável a humanidade ficou "quebrada". 
Futuro, novas armas novas possibilidades!
Em todo o planeta não existia uma só pessoa que possuísse os cinco sentidos, o ser humano "normal" era privado de um de seus sentidos - audição, olfato, visão, tato, paladar - e, então, o homem faz valer sua capacidade para a destruição e desenvolve uma nova forma de guerrear, a guerra "Sentidologica". Nessa nova guerra, os exércitos utilizavam de armas que afetavam algum sentido do exército inimigo, mas não prejudicavam o seu. Os pelotões começaram a ser divididos pelos tipos de sentidos ausentes (cegos, surdos, etc.) e assim a humanidade se dividiu em cinco grandes nações separadas pela sua incapacidade física.
Agora as armas da guerra eram bombas sonoras utilizadas pelos surdos, bombas de luz pelos cegos e assim por diante - cada sociedade desenvolvia as armas que lhe ofereciam vantagens. Porém, a longo prazo, as novas armas desenvolviam novas deficiências físicas e após anos e anos de guerras a humanidade entrou em estado catatônico, privada de todos os seus sentidos e agonizantemente desapareceu.... 

Pessoal essa era a ideia central do mundo fictício que meu amigo me passou, agora vamos as considerações sobre as pessoas "quebradas".
Ao meu ver nós estamos em um mundo em que todos somos, de alguma forma, "quebrados". Nós somos defeituosos, todos nos, podemos parecer perfeitos do ponto de vista físico, mas o psicológico da humanidade está passando por um processo de mudança extremo. Hoje em dia, nos somos cegos, surdos e mudos; nós somos cegos para as injustiças, pois o problema dos outros não é de nossa conta; nos somos surdos, não escutamos o que não queremos para evitar qualquer envolvimento em coisas mais serias e somos mudos, não falamos nossa opinião por medo ou, simplesmente, por "não querer perder tempo". Esse mundo fictício - criado pelo meu colega - é apenas uma alegoria de nossa realidade, nós somos assim, as pessoas não enxergam e por não enxergarem atacam as outras de outras formas (tente debater com alguém que não possui argumentos e rapidamente a conversa parte para a agressão verbal). A cada dia a humanidade se torna mais cega, surda e muda para o mundo a sua volta, a cada dia ouvimos mais " não vou perder meu tempo, nada vai mudar"; "não posso fazer nada, o mundo é assim" e é esse nossa "apatia humana" que permite que aceitemos as coisas erradas que acontecem.
Em minha visão - distorcida - nós já vivemos em um mundo de deficientes, mas somos deficientes mentais, presos a ideias cristalizadas e sem nenhuma vontade de lutar contra isso, aceitar é mais fácil do que criticar e resistir. A apatia critica é premiada e a atividade política (saudável e critica, lógico) é reprimida.      

2 comentários:

  1. Ficou ótima sua narrativa, velho! Assim como o blogue em geral.
    É bom ver engajamento, arte, imaginação e experiência sensoriais provenientes de elementos naturais (gostou? é preciso falar em código, pois meu caro colega é uma figura pública) em um só lugar.
    Precisamos fazer disso um exercício. Hoje tenho certeza que as maiores obras humanas nasceram desse estado de espírito, e você sabe fazer bom proveito dele.
    Continue na estiga, crie cada vez mais!
    Abraço.

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  2. Espero que você não tenha se ofendido com o fato de eu usar sua ideia! Espero que continue gostando, lendo e comentando aqui no blog, man!

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