Mentes ativas = pessoas indesejadas = Pensamentos perigosos

Esta vai ser a segunda coluna de meu blog e resolvi chama-la  de Pedagogia desvairada, aqui pretendo postar meus pensamentos referentes a educação, aquelas coisas que eu acho do sistema educacional e de sua forma de agir, mas não tenho oportunidade de dizer (eu vivo cercado de pedagogas clássicas: chatas, que não sabem nada de dar aulas). Portanto aqui será meu espaço para falar sobre a educação e as suas falhas!



Recentemente (domingo para ser mais exato) eu estava navegando na internet quando eu acho no youtube um vídeo super interessante de incentivo a leitura. Ao assistir o vídeo pensei, "puxa que ideia legal, espero que as pessoas o vejam e leiam mais". No intuito de ajudar na divulgação resolvi postá-lo aqui, mas, não sem antes, apresentar minhas considerações sobre ele, já que, esse pequeno vídeo de 1.30 min, me fez pensar sobre meu modo de agir em algumas situações.

Bom, é uma discussão comum entre os profissionais da educação o triste fato de que, a imensa maioria, dos alunos não sentem o menor prazer em ler! E quando falamos isso nos referimos ao fato de muitos não lerem nem revista de fofoca quando não tem nada para fazer (muitos preferindo ir ao banheiro bater uma, ou pensar no menino perfeito, etc.), sendo isso uma lastima, pois eles podiam aproveitar um pouco do tempo para ler qualquer porcaria. Isso é o que falamos e, muitas vezes, pensamos de coração; mas agimos de forma diferente ao encontrar aquele aluno leitor.
Muitas vezes nos deparamos com um aluno chato na nossa sala de aula (em alguns chato é elogio, eu tenho um que está mais para demônio), porém o infeliz do aluno chato adora ler e nós, por ele ser chato, tratamos essa capacidade (ler é entender algo é uma capacidade rara nas escolas hoje em dia) de forma banal ou até esnobamos o coitado. É um quadro muito comum quando o aluno (aquele capeta leitor) lhe faz uma pergunta capciosa que não envolve sua área e ai você dá aquela resposta super carinhosa - Não sei! Procura no google! Sei lá! aonde você leu isso? Nada haver! Ora essas são respostas super aceitáveis, afinal ele é chato (inteligente, mas chato pra caralho). O problema desta reação é simples, poxa nós sempre reclamamos porque os infelizes não lêem nada, mas quando um lê, nós esnobamos por algum motivo.
Lembro bem de um aluno meu que chegou e me falou "professor estou lendo um livro de história massa!" ai eu fiquei super feliz e disse "puxa que legal e qual livro é?" ai ele respondeu "1808" e eu respondi rápido como um coice de cavalo "uma merda, foi um jornalista que escreveu" e ai vi meu aluno, super feliz, ficar menor que um duende. Massa, acabei de cortar um aluno que, por milagre, resolveu ler um livro (grosso por sinal) e eu o repreendi de forma bruta, porque - todo historiador tem isso - temos um recalque contra os jornalistas, e então o aluno em questão pode nunca mais ler algo, por que o galado do professor não deu valor naquele momento (isso acontece mesmo). Resumindo, botamos pra fuder quando o aluno leitor é chato, ou quando o aluno leitor lê algo que não gostamos e, infelizmente, nem percebemos isso, achando até certo (eu critiquei para ele melhorar o nível dele).
Na minha visão, nós fazemos isso muitas vezes porque temos raiva daquele aluno que nos corrige, ou do chato que pergunta coisas difíceis, ou pelo simples fato de estarmos de saco cheio (porque não comemos ninguém e queremos descontar o stress). Então galera, gostaria de pedir que ao incentivar seus alunos, ou qualquer outra pessoas, a entrar no mundo da leitura, seja legal, mesmo que você não goste do livro, incentive a pessoa a continuar e _depois que ele ler o primeiro - você indica um mais adequado.
Todos nós devemos trabalhar unidos e ter paciência se quisermos melhorar essa porcaria de mundo que vivemos, vamos adotar a pedagogia da ternura!

Abração galera!
O sorriso enriquece os recebedores sem empobrecer os doadores (Mário Quintana)