segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

As crônicas de um mundo sem sentidos 01

          Boa tarde pessoal. Hoje eu irei começar a mais nova coluna do blog, crônicas pitorescas. Bem pessoal, as vezes estou sem saco para escrever uma postagem crítica sobre alguma coisa, mas cheio de ideias de possíveis histórias que ficariam legais ou, simplesmente, algumas postagens podem ser transformadas em contos evitando, desta forma, ofender alguma pessoa. Portanto espero que todos vocês gostem desta coluna.
          Começarei as crônicas pitorescas dando continuidade a uma história baseada em uma postagem anterior - Todos somos quebrados - devido ao incentivo de alguns amigos (a comissão editorial da revista Opine!, aquela que estou fazendo parte) resolvi dar prosseguimento e desenvolver esse mundo devastado. Bom, sem mais delongas mão a obras. E gostaria de agradecer a o bloger Fernando Fenrir por ter postado essa minha crônica em seu blog Cavaleiros das noites insones .

As crônicas de um mundo sem sentidos 01
A missão

Escuro...
Acho que todos estão mortos. Meus equipamentos sensoriais se perderam na queda do helicóptero. Estou só, no meio de uma maldita guerra.
Ainda está escuro...
Lembro do odiado sinal de alerta emitido pelo radar do helicóptero, mas já era tarde o maldito míssil nos atingiu em cheio. Com a explosão Carlos e os pilotos morrerão na hora, ótimos soldados, devido o impacto Roberto foi arremessado do helicóptero. Imagino a cara que ele deve ter feito quando percebeu que estava caindo ao duro chão da rua. Por sorte, fiquei sentado ao fundo do helicóptero recebendo as ordens finais da missão junto com o meu sargento, Alan.
Permanece escuro...
Estar dentro de um helicóptero em queda não é uma das melhores sensações. Me segurei como pude, lembro do helicóptero se chocar de frente com algum prédio e cair no solo. Devido o balanço cai do lado de fora e da última vez que ouvi a voz de Alan presumo que ele ficou preso nas ferragens. Acho que ele está vivo. Tenho que agir. Sair do chão, quem sabe salvar Alan? Se der sorte meu eco-localizador ficou dentro do helicóptero e poderei entregar o pacote.
Escuro, escuridão interminável...
Malditos tiros, vou acabar sendo alvejado. Me levanto com dificuldade e me jogo na direção do helicóptero. Acerto minha cabeça no que deveria se o banco do piloto, cara, equipamentos de localização fazem falta. Sem tempo para sentir dor, os tiros estão zunindo em minha cabeça, tomara que a blindagem dessa lata velha resista. Ainda não usaram nenhuma arma de choque sonoro, ainda bem, se não estaria ferrado. Consegui entrar, chamo por Alan e nada; nessas horas a falta do equipamento atrapalha.
Então eu escuto um gemido, Alan estava vivo! Me arrasto até o local do som.
“Alan, situação!”
Com a voz fraca ele responde:
“Senhor...acho que eu já era!”
Mas que droga, vou perder todo o meu pelotão aqui?
“Vamos soldado e a missão?”
Um momento de silêncio:
“Sinto muito senhor, mas eu não saio mais daqui! Leve o meu equipamento para você entregar o pacote eu fico e divirto os surdinhos.”
Ele estava certo. A missão era crucial, tinha que entregar o pacote no deposito de combustíveis, escondido próximo da cidade ou, pelo menos, levar ele o mais perto possível e rezar para causar algum estrago.
“Ok soldado, mas se eu sobreviver volto para buscar você.”
Fui retirando os equipamentos de Alan e percebi que ele estava sem as pernas.
“Não perca seu tempo senhor, vou mostrar a luz aos surdos.”
Eu sabia o que ele ia fazer, afinal eu faria também. Coloquei os equipamentos e, então, voltei a enxergar, peguei as armas que podia coloquei a mochila com o pacote e sai em disparada para dentro do prédio em que o helicóptero bateu antes de cair. Pude perceber que o pelotão dos surdos que nos derrubaram, chegando ao helicóptero e então, quando eu já estava dentro do prédio, Alan acionou a bomba de luz e calor. A descrição que nos davam é que era uma luz branca tão forte que fritava os olhos de quem olhasse, sem contar o calor que queimava as vitimas próximas.
Vantagens de ser cego! Com o sonar ativado rumo para a minha morte. Entregar a bomba Genesis na entrada do deposito de combustíveis dos surdos e minhas ultimas palavras serão.
“Que haja a luz!”
Tenente R. Dallas
Chefe do pelotão “Cabeças de Prego”
Nação dos cegos

7 comentários:

  1. Rapaz, bastante interessante. Pra mim que gosto de literatura, então, nem se fala. Já viu "O filme de Eli"? Aposto em seu talento de escritor. Muito bom o texto.

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  2. Vlw cara! Rapaz vi sim do caralho, pretendo dar continuidade ao trabalho e espero que vocÊ continue gostando.

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  3. Muito legal, sabe como prender a atenção. Faz mais desses aí!

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  4. Armando eu pretendo escrever 25 crônicas de um mundo sem sentidos. A ideia é explorar bem esse cenário!

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  5. Legal, bóe... depois esse homi junta essas crônicas aí e faz um livro.... hehehhehe

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  6. ficou mt interessante, torço para q vc escreva msm essas 25 cronicas sem tirar nenhuma "soneca".. rsrs

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  7. Vou ver se escrevo uma por semana Brisa... e quem sabe eu posso mesmo publicar um livro? Espero que continuem lendo em gostando!

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